Investimentos em inovação promovem o desenvolvimento da indústria no RN
05 de Dezembro de 2011
MOSSORÓ – O pulsante mercado da exploração de petróleo em Mossoró, localizado na região oeste do Rio Grande do Norte e que emprega milhares de trabalhadores está aquecido com uma pequena ideia que trouxe uma grande transformação, e está gerando comentários: o lançamento de dois produtos usados nos campos de petróleo criados para solucionar as diferenças que existiam no mercado e otimizar o processo de exploração de petróleo em terra.
A idéia surgiu na Engepetrol, empresa coordenada pelo engenheiro mecânico José Nilo de Sousa, que resolveu investir em inovação tecnológica e lançou dois produtos que prometem ser um grande impulsionador da indústria do Rio Grande do Norte. Um deles é o protetor de tubos feito de polímero, que em formato circular prende o sistema de monitoramento eletrônico – feito através de cabos de transmissão de dados – aos tubos de proteção, garantindo com sucesso o transporte das informações do fundo do poço de petróleo a superfície.
O resultado do uso do novo equipamento despertou a criatividade do engenheiro há oito anos, quando começou a comercializar o produto para a Bahia, Sergipe e para a Bacia de Campos, no Rio de Janeiro. “Investimos em inovação para alterar o cotidiano, mudar o processo de melhorar a gestão de processos. Inovar é criar algo que agregue valor ao que já existe e é nessa linha que atuamos aqui na empresa”, explica o empresário.
A revolução trouxe bons frutos e este ano motivou José Nilo a criar um segundo produto, que ainda está guardado a sete chaves, mas que é motivo de orgulho para o engenheiro. “Eu tinha que pensar em uma forma de retirar as válvulas do fundo do poço e reinstalá-las com segurança, criando este sistema”, diz o empresário.
O “extrator para válvula” foi pensando, planejado e executado em seis meses e promete ser um facilitador para dificuldades que ainda persistem na extração de petróleo dos campos no Brasil e no exterior.
As curvas metálicas dos produtos inovadores cresceram junto com a vontade de fazer crescer também o Rio Grande do Norte, com uma aliança de progresso desenhada junto a industria que funciona de segunda a sexta e com um corpo de funcionários motivados a melhorar a cada dia.
Para José Nilo, inovação tecnológica faz parte do trabalho da empresa que tenta aprimorar os produtos vendidos no competitivo mercado potiguar. O conceito de inovação de acordo com o Manual de Oslo é a implantação ou comercialização de um produto com características de desempenho aprimoradas de modo a fornecer objetivamente ao consumidor serviços novos ou aprimorados como aconteceu com a empresa Kodak, por exmplo que aprimorou os conceitos de máquina fotográfica e transformou seus produtos com alta tecnologia.
A dedicação em projetar equipamentos novos, de uso complementar e ao mesmo tempo necessário, chama atenção da indústria potiguar, que apesar de ter exemplos de sucesso, precisa evoluir para não se perder no tempo e aprender que o processo de inovação nem sempre precisa de grandes volumes de investimento.
Foi pensando nisso que o engenheiro Nilo levou aos seus 35 funcionários a idéia de inovação tecnológica e hoje, concorre a prêmios nacionais, além de já ter recebido certificado da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). “Levo aos funcionários como podemos levar os produtos mais simples à diversificação e posicionar a empresa como diferencial no mercado. Somos uma pequena empresa mas temos grandes clientes e grandes idéias”, destaca o empreendedor.
A produção da empresa mossoroense passa anualmente dos milhares que se soma a esperança de ampliação com a descoberta do pré-sal no sul do país, que poderá modificar a maneira de exploração em todo o Brasil e motivar a criação de mais “engenhocas” de sucesso.
A indústria do Rio Grande do Norte conta hoje com a colaboração do Fundo de Apoio à Pesquisa do Rio Grande do Norte (Fapern) que através do programa Inova RN distribuiu em 2010 o valor de R$ 4 milhões de investimento em pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica.
O programa de incentivo a pesquisa, Inova RN, beneficiou na primeira fase 25 empresas, na segunda fase, mais 9 empresas e na terceira fase, repetiu a quantidade de nove empresas contempladas que utilizam os recursos para desenvolver metodologias de para otimizar a produção de mel, por exemplo ou para fomentar a pesquisa de produtos manipulados.
Para garantir que o processo de inovação será acelerado, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte disponibiliza cursos e incentiva alunos através de cursos e projetos de iniciação científica fomentando o desenvolvimento industrial do território potiguar e até exportando experiências para outros estados.
No ano passado, o Ministério de Ciência e Tecnologia através da Finep publicou linhas de financiamento de R$ 450 milhões à projetos de subvenção econômica à inovação para micros, pequenas e até grandes empresas em todo o Brasil. No Rio Grande do Norte, os empresários receberam treinamento de como elaborar projetos de inovação pela Agência Brasileira do Desenvolvimento Industrial (ABDI) juntamente com o Programa Pró-Inovação Tecnológica da Indústria (Protec) com apoio da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico (Sedec).